Moradores do bairro paulistano de Perdizes, no entorno da PUC, estão pagando o tributo ao demônio às sextas-feiras e nas madrugadas de sábado. Festas organizadas pelos estudantes da tradicional universidade transformaram a vida da vizinhança num inferno.
O maior problema é o barulho, puxado pelos “pancadões” – caixas de som ultrapotentes –, mas não apenas isso. Os frequentadores das festas praticamente bloqueiam a rua Ministro Godói, urinam nas calçadas e produzem uma quantidade enorme de lixo. Também já houve registros de furto e dano. Os vizinhos estão transtornados.
A tática suja dos agiotas chineses com as mulheres – Não pagou? Caiu na rede
Deu no Financial Times: agiotas chineses exigem fotos íntimas de suas devedoras como garantia de empréstimos. Se elas não pagarem, as imagens caem na rede. Os sujeitos orientam às meninas que solicitam financiamento que enviem fotos nas quais exibam também a carteira de identidade. Desta forma, não há como escapar do vexame em caso de calote.
A prática vem ganhando espaço frente a um sistema bancário nebuloso, cujas instituições chegam a cobrar 30% de juros ao ano sobre empréstimos, fora as demais exigências. Sem poder contar com o esquema oficial, as jovens acabam recorrendo aos que atuam no submundo.
Juscelino Kubitschek e a mão amiga
A história foi contada a Fernando Sabino, que a divulgou tempos depois. Logo após o golpe de 1964, Juscelino Kubitschek começou a ser perseguido pelo regime militar e acabou cassado. Mesmo assim, as perseguições não cessaram. Havia temores de que ele reunisse a seu favor a parcela da população que lhe era favorável e criasse resistência significativa contra o regime.
Um dos meios para intimidá-lo eram os inquéritos policiais militares – os temíveis IPMs. Diariamente ele era submetido a cansativos e humilhantes interrogatórios no Ministério da Guerra, cuja única finalidade era minar o seu moral. O pior é que os militares estavam conseguindo: nenhuma violência física foi perpetrada contra ele, mas sua gana e seu entusiasmo, aos poucos, foram corroídos por dentro.
O fim de um mito
Durante anos ele lutou para conquistar a Presidência da República, percorrendo o país várias vezes, de ponta a ponta, numa luta que parecia não ter fim. Enquanto isso, ganhava a simpatia popular e a ferocidade dos inimigos. Mestre do populismo, criou um séquito de devotos dispostos a brigar por ele e defendê-lo do que fosse. Mesmo com várias acusações de corrupção, algumas delas objeto de ações judiciais, conseguia driblar a Justiça e jamais recebeu uma condenação definitiva. Quando caiu, foi o fim do mito.
Este foi Adhemar de Barros, inspirador do famoso lema “rouba, mas faz”, cuja cassação completa hoje cinquenta anos. Sua trajetória é o retrato de uma época que teima em voltar, em diferentes cenários, mas com a mesma essência.
Arnaldo Malheiros Filho e a porta do céu
O advogado Roberto Podval voltava do intervalo para o almoço durante o julgamento do casal Nardoni, em 2010, quando, ao entrar no Fórum de Santana, levou um chute de um manifestante. O agressor fugiu, mas os que ficaram não pouparam Podval das vaias. Para aquelas pessoas, ele não poderia defender o pai e a madrasta da menina Isabella, morta em circunstâncias para lá de suspeitas, pois a opinião pública já os havia condenado.
Incrível, mas duzentos e tantos anos depois da Revolução Francesa ainda há quem negue direitos dos mais elementares, como o da presunção de inocência e o de um julgamento isento.
Ideologia na sala de aula – alguém quer uma para viver?
No capitalismo, os operários trabalham para o dono da fábrica; no socialismo, a fábrica pertence a toda a sociedade, que trabalha para si mesma. No primeiro sistema, a propriedade privada, incluindo terras, minas, fábricas, bancos e empresas em geral, pertence à burguesia; no segundo, a propriedade coletiva é socializada e o povo, trabalhador, é dono de tudo. O objetivo do capitalismo é o lucro da burguesia, enquanto o do socialismo é o bem-estar da sociedade. No capitalismo, as decisões são tomadas pela burguesia a partir da situação do mercado. Já no socialismo as decisões são tomadas democraticamente pela sociedade, que planifica a economia.
O esquema do parágrafo anterior não foi tirado da cartilha do MST, nem de um artigo do sítio Opera Mundi: faz parte da coleção Nova História Crítica, concebida para alunos da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental. Entre outras pérolas, afirma que os guerrilheiros colombianos das FARC sonham com uma “nova sociedade”, mas os Estados Unidos os acusam de “terrorismo” e apoiam o governo. O autor da coleção, Mario Furley Schmidt, já vendeu mais de 10 milhões de exemplares de suas obras.
Elevados e deprimidos – o futuro do Minhocão
Difícil acreditar, mas a ideia original era de um arquiteto: uma via elevada sobre a avenida São João, até a praça Marechal Deodoro, ajudaria a diminuir o trânsito local. O projeto foi apresentado ao então prefeito Faria Lima, mas este o recusou, pois sabia dos efeitos negativos que a iniciativa traria à região.
Não se pensou em alternativas, como uma via expressa subterrânea que poderia ser construída junto com a futura linha do metrô que passaria por ali.
Faria Lima, um prefeito muito elogiado por suas realizações no campo da estrutura viária da cidade, acabou enviando um projeto à Câmara dos Vereadores no qual reservou as áreas para a controversa obra, que poderia ser concretizada por um sucessor.
Jonathan Ive, o artista de Steve Jobs
Em geral, as pessoas acostumadas a manusear os produtos da Apple – como o iPhone e o iPad – não conhecem o processo criativo por trás deles e nem os protagonistas de cada etapa. Sempre se ouve dizer que Steve Jobs, o gênio da empresa, perseguia a excelência, mas poucos tiveram notícias a respeito das pessoas que trabalhavam com ele.
Na segunda fase de Jobs na Apple, a partir de setembro de 1997, o principal nome no campo da criação foi Jonathan Ive, um britânico que conquistou seu espaço depois de Jobs descartar, entre outras opções ilustres, Giorgetto Giugiaro, que havia projetado a Ferrari 250.
Ive se apaixonou pela Apple quando, na faculdade, utilizou um Macintosh para desenhar. Foi uma experiência inesquecível.
Renda básica de cidadania: a ideia genial que o PT abandonou
No começo de 2004, quando Lula completou um ano na Presidência da República, circulou na internet uma piada mais ou menos assim: “O primeiro mandato de FHC foi bom; o segundo, nem tanto; o terceiro está sendo um desastre”.
O chiste dizia muito a respeito do descontentamento de petistas e peessedebistas fiéis (ainda não se falava em mortadelas e coxinhas) diante de um governo que havia cedido às pressões do grande capital, sem, no entanto, manter os fundamentos econômicos do governo anterior e – pior para os petistas – sem realizar as reformas que faziam parte das exigências do partido.
O que se viu depois é história: governos manchados por escândalos de corrupção com prejuízos sem precedentes aos cofres públicos e, no caso de Dilma Rousseff, uma incompetência aguda que conduziu o país à paralisação.
Conselho Nacional de Justiça: quanto tempo ele ainda dura?
“É preciso um controle externo do Judiciário; é preciso saber como funciona a caixa preta desse poder que se considera intocável”, disse o então presidente Lula, com voz inflamada, em uma solenidade no Espírito Santo, em 2003.
Estava em tramitação no Congresso a chamada Reforma do Judiciário, que, entre outras mudanças, previa a instituição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo do Poder Judiciário. A declaração de Lula mexeu com os brios dos magistrados, que já estavam descontentes e se movimentando contra a implementação do Conselho.
Ele acrescentou: “Este país precisa voltar a recuperar o sentido da Justiça para todos e a autoestima. As instituições foram feitas para servir às pessoas, não se servir das pessoas”.