Durante anos ele lutou para conquistar a Presidência da República, percorrendo o país várias vezes, de ponta a ponta, numa luta que parecia não ter fim. Enquanto isso, ganhava a simpatia popular e a ferocidade dos inimigos. Mestre do populismo, criou um séquito de devotos dispostos a brigar por ele e defendê-lo do que fosse. Mesmo com várias acusações de corrupção, algumas delas objeto de ações judiciais, conseguia driblar a Justiça e jamais recebeu uma condenação definitiva. Quando caiu, foi o fim do mito.
Este foi Adhemar de Barros, inspirador do famoso lema “rouba, mas faz”, cuja cassação completa hoje cinquenta anos. Sua trajetória é o retrato de uma época que teima em voltar, em diferentes cenários, mas com a mesma essência.