A história foi contada a Fernando Sabino, que a divulgou tempos depois. Logo após o golpe de 1964, Juscelino Kubitschek começou a ser perseguido pelo regime militar e acabou cassado. Mesmo assim, as perseguições não cessaram. Havia temores de que ele reunisse a seu favor a parcela da população que lhe era favorável e criasse resistência significativa contra o regime.
Um dos meios para intimidá-lo eram os inquéritos policiais militares – os temíveis IPMs. Diariamente ele era submetido a cansativos e humilhantes interrogatórios no Ministério da Guerra, cuja única finalidade era minar o seu moral. O pior é que os militares estavam conseguindo: nenhuma violência física foi perpetrada contra ele, mas sua gana e seu entusiasmo, aos poucos, foram corroídos por dentro.