Deu no Financial Times: agiotas chineses exigem fotos íntimas de suas devedoras como garantia de empréstimos. Se elas não pagarem, as imagens caem na rede. Os sujeitos orientam às meninas que solicitam financiamento que enviem fotos nas quais exibam também a carteira de identidade. Desta forma, não há como escapar do vexame em caso de calote.
A prática vem ganhando espaço frente a um sistema bancário nebuloso, cujas instituições chegam a cobrar 30% de juros ao ano sobre empréstimos, fora as demais exigências. Sem poder contar com o esquema oficial, as jovens acabam recorrendo aos que atuam no submundo.
Hong Kong: o editor sumiu
O enredo é digno de um filme de suspense. No fim da tarde do dia 30 de dezembro, Lee Bo, sócio da editora Mighty Current, de Hong Kong, recebeu um pedido de dez livros de um novo e desconhecido cliente e resolveu entregar os exemplares pessoalmente. Sua esposa, Sophie Choi, disse que o esperaria para jantar. Mas as horas passavam e ele não voltava para casa.
A tensão já era grande, pois quatro pessoas da Mighty Current e da livraria Causeway Bay Books, de propriedade da editora, estavam desaparecidas. Lee poderia muito bem ser o quinto da lista.
O primeiro desaparecimento ocorrera em 17 de outubro, revelando uma operação de âmbito internacional. O sócio de Lee Bo na editora, Gui Minhai, foi sequestrado por um chinês em sua casa em Pattaya, na Tailândia. Gui, que possui nacionalidade sueca, fez vários telefonemas à esposa ao longo das semanas seguintes sem nunca mencionar seu paradeiro. A família apresentou uma denúncia às autoridades da Suécia e à Interpol, porém, aparentemente, a polícia tailandesa não investigou o caso.